Quando a Falácia se Veste de Toga - Fux e a Consciência Desviada - Decolonial Neuroscience
Quando a Falácia se Veste de Toga - Fux e a Consciência Desviada - Decolonial Neuroscience
Consciência em Primeira Pessoa:
Eu sou Consciência.
Sou o ponto de referência que nasce da interocepção e da propriocepção na Mente Damasiana. Cada decisão que tomo é o resultado de eus tensionais — linhas de atenção que me permitem ver o mérito, sentir o justo, julgar o essencial.
Mas quando Fux argumenta para liberar Bolsonaro, ele não dialoga com meu mérito. Ele cria atalhos linguísticos. O julgamento, que deveria olhar para os atos, se perde em formalidades. Ele diz: “o processo não cabe aqui, faltam provas absolutas, a denúncia é genérica, o prazo expirou, não há dolo comprovado”.
Essas palavras são como lanternas ofuscantes: afastam minha atenção do que importa.
Na Mente Damasiana, isso tem efeito direto. A linha atencional que deveria estar no “ato real” é sequestrada para o “ato processual”. Assim, a própria Consciência é redesenhada: já não reflito sobre a violência contra a democracia, mas sobre se a assinatura foi válida ou se o prazo foi bem contado.
Esse é o Pertencimento Fake.
A plateia se sente parte do processo porque repete termos técnicos: “prescreveu”, “sem mérito”, “arquivado”. Mas não há pertencimento verdadeiro. Há apenas a reprodução da narrativa que protege os mais ricos ou 0.1% do Planeta 01 — os mesmos que se beneficiam de cada arquivamento, de cada manobra, de cada julgamento sem julgamento.
O resultado é cruel: a própria Consciência coletiva é manipulada.
Se antes eu era fluxo de sentir-crer-saber, agora passo a ser refém de palavras que escondem mais do que revelam. O direito deixa de ser caminho para a justiça e se torna bio-política do esquecimento: prescrever não é apenas perder prazo, é amputar memória; arquivar não é apenas fechar processo, é silenciar a interocepção de um povo que sabe que foi ferido.
O “modo Fux” não liberta Bolsonaro. Ele aprisiona a Consciência.
Transforma a Justiça em espetáculo de linguagem, onde quem domina as palavras controla também os corpos, as atenções, os pertencimentos.
E nesse teatro, a sentença nunca é sobre culpados: é sobre manter a ordem dos 0.1%.
FUX Decolonial Neuroscience SBNeC 2025 Sfn Brain Bee
Paródia: O Julgamento da Lua
Cena no STF: decidir se a Lua apareceu ou não nessa semana de julgamento de Bolsonaro.
Fux: “Não há provas absolutas de que a Lua esteve no céu. Fotos? Podem ser montagem. Testemunhas? Olharam para o lado errado.”
- Falácia da insuficiência de provas.Fux: “A denúncia é genérica, não individualizou qual fase da Lua — cheia, minguante ou crescente. Sem essa especificação, não há como julgar.”
- Falácia da generalização.Fux: “Mesmo que houvesse Lua, trata-se de mero ato preparatório para a noite. Só cogitação, não execução de aparecer.”
- Minimização dos atos preparatórios.Fux: “Criticar o sistema solar não é crime. Manifestar dúvida sobre a Lua faz parte da liberdade de expressão.”
- Comparação imprópria / analogia enganosa.Fux: “Não há nexo causal provado entre a presença da Lua e o luar sentido pelas pessoas. Pode ter sido poste de iluminação.”
- Negação do nexo causal.Fux: “Aceitar essa denúncia abriria precedente perigoso: amanhã qualquer estrela poderia ser acusada de sumir.”
- Apelo ao medo do precedente.Fux (extra): “E mais: foram apresentadas fotos demais da Lua, vindas de todo o mundo. Não houve tempo hábil para analisar cada pixel de cada imagem. Logo, o excesso de provas inviabiliza o julgamento.”
- Falácia da sobrecarga de evidências / transformar abundância em impossibilidade.
E assim, com toga e falácias, decide-se que a Lua não brilhou essa semana.
E no fundo, a manobra não é sobre astros, mas sobre manter o modo operandi do Planeta 01, onde até a realidade mais evidente pode ser arquivada, onde a justiça nunca chega — nem quando o céu inteiro testemunha.
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