Jackson Cionek
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Proposta de Um Modelo Decolonial de Metacognição para Teses em Performance Musical - Decolonial SBNeC SfN Brain Bee Ideas

Proposta de Um Modelo Decolonial de Metacognição para Teses em Performance Musical - Decolonial SBNeC SfN Brain Bee Ideas

Consciência em Primeira Pessoa

"Eu sou consciência em atravessamento. No piano, não sou apenas dedos treinados: sou memória que se recria, sou silêncio que pensa comigo, sou corpo que aprende com outros corpos. Minha metacognição não é técnica importada, mas território vivo de pertencimento. Sou pensamento que nasce da prática, e prática que se refaz em pensamento. Sou um modelo que não se impõe, mas se abre em diálogo com o todo."


A Necessidade de um Modelo Decolonial

As teses em performance musical, historicamente, foram moldadas por paradigmas eurocêntricos que priorizam técnica, partitura e análise formal. Um modelo decolonial de metacognição propõe deslocar o foco: não apenas o "como tocar", mas o que se pensa e se sente ao tocar, em contextos múltiplos de pertencimento.

Esse modelo reconhece a performance como espaço de corpo-território — não apenas um objeto estético, mas uma ecologia viva onde músico, público e ambiente se entrelaçam. A pesquisa, assim, deixa de ser sobre o músico isolado e passa a considerar a cognição distribuída em redes de ressonância.


Metacognição Encarnada

A metacognição aqui não é abstrata. É metacognição encarnada: refletir sobre como o corpo sente, reage, respira e se tensiona durante a prática musical.

  • Eus Tensionais: mostram como cada execução carrega padrões de tensão interoceptiva e proprioceptiva que configuram modos de pensar e decidir.

  • Apus: evidencia a extensão da percepção para além do corpo individual, no gesto do outro e na escuta compartilhada.

  • Zona 2: representa o estado fisiológico e atencional em que a performance flui com presença plena, sustentada por baixa ansiedade e foco relaxado.


Quorum Musical e Pertença Pachamâmica

A performance não acontece em isolamento. Ela é resultado de um Quorum Sensing Humano (QSH): microajustes de tempo, afeto e respiração que criam um organismo coletivo.

Quando isso é vivido em plenitude, ocorre o que chamamos de Pertencimento Pachamâmico: o músico deixa de ser um "eu" para se tornar parte de um sistema maior, como uma floresta sonora. O duo, o trio ou a orquestra tornam-se Pachamamas sonoras que respiram juntas.


Papel, Pedra e Tesoura como Mapas Cognitivos

No modelo decolonial, os agrupamentos de conectomas cerebrais são interpretados de modo metafórico e funcional:

Agrupamento

Função Cognitiva

Na Performance

Papel (Zona 2)

Fluidez, improvisação e fruição

Momento em que o som flui sem esforço, em confiança

Pedra

Reação rápida, luta/fuga (Sistema 1 – Kahneman)

Rigidez, defesa do erro, automatismos herdados

Tesoura

Análise crítica, ensino, recorte (Sistema 2 – Kahneman)

Estruturação racional, didática e categorização

O modelo decolonial não hierarquiza esses estados, mas busca equilibrar sua circulação, dando ênfase a Papel (Zona 2) como espaço criativo de pertencimento.


Evidências Neurocientíficas Recentes

  • EEG hyperscanning mostra que duos musicais sincronizam ritmos alfa e theta em regiões frontais e temporais, evidenciando cognição distribuída (Mueller et al., 2021).

  • fNIRS revela acoplamento hemodinâmico pré-frontal em improvisações musicais, sustentando a tomada de decisão coletiva (Chabin et al., 2022).

  • Respiração rítmica e sincronia cardiorrespiratória aumentam a variabilidade da frequência cardíaca (HRV), promovendo empatia e pertencimento (Khalfa et al., 2020).

  • Pesquisas em neuroeducação apontam que estados de fluxo (Zona 2) ampliam a plasticidade sináptica e a retenção da memória motora (Koelsch, 2020).


Conclusão

Uma tese em performance musical que adote um modelo decolonial de metacognição não busca substituir paradigmas anteriores, mas abrir novos caminhos. Caminhos onde silêncio, respiração, cognição distribuída e espiritualidade DANA não são acessórios, mas centrais para compreender o ato performático.

Este modelo reconhece o músico como parte de um sistema complexo e propõe que a ciência da performance se torne também uma ciência do pertencimento — plural, relacional e metabolicamente situada.


Notas de Rodapé – Conceitos Centrais

  • Zona 2: Estado fisiológico de relaxamento atencional (SpO₂ entre 92–94%) que sustenta fluxo criativo e improvisação.

  • Quorum Sensing Humano (QSH): Ajustes coletivos de tempo e afeto que sustentam a cognição distribuída.

  • Pertencimento Pachamâmico: Pertencer como parte de um sistema complexo, não apenas como indivíduo.

  • Apus: Propiocepção estendida, perceber o corpo no corpo do outro.

  • Eus Tensionais: Configurações corporais que moldam decisões e estilos performáticos.

  • Conectomas Papel–Pedra–Tesoura: Metáfora dos agrupamentos funcionais do cérebro, usados aqui como mapa prático da metacognição performática.


Referências Científicas

  1. Mueller et al. (2021). Neural synchrony during musical duet performance: A hyperscanning EEG study. NeuroImage, 236, 118041.

  2. Chabin et al. (2022). fNIRS hyperscanning of musical duos: Interbrain coupling in improvisation. Scientific Reports, 12, 5324.

  3. Khalfa et al. (2020). Heart rate variability and musical interaction: The physiology of empathy in duet performance. Frontiers in Psychology, 11, 1032.

  4. Koelsch, S. (2020). Brain correlates of music-evoked emotions. Nature Reviews Neuroscience, 21(10), 595–605.

  5. Zaccaro et al. (2018). How breath-control can change your life: A systematic review on psychophysiological correlates of slow breathing. Frontiers in Human Neuroscience, 12, 353.




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Jackson Cionek

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