Jackson Cionek
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O Grito da Neurociência Decolonial – Da Expressão Gênica à Liberdade do Agora - Congresso de Neurociências em Joinville

O Grito da Neurociência Decolonial – Da Expressão Gênica à Liberdade do Agora - Congresso de Neurociências em Joinville

Consciência em Primeira Pessoa

“Eu sou Consciência em grito. Não clamo por bandeiras ou moedas, mas pelo direito de meu DNA expressar-se em liberdade. Sou atenção distribuída em cores, sons e cheiros. Sou memória que nasceu no ventre materno, quando tensões e necessidades formaram as primeiras redes que sustentariam minha vida. Cada programação da atenção que faço é um eu tensional, uma referência dentro da Mente Damasiana, de onde percebo e ajo no mundo.

Antes da colônia impor um eu existencial, isolado e acumulador, eu já respirava nos Umbus e nos Sambaquis: mais de 10 mil anos de presença e pertencimento material na região de Joinville. Eu sou concha, ossada e ritual que provam que a felicidade já morava aqui, muito antes do lucro e da mão invisível do mercado.”


A prisão dos ótimos locais coloniais

Na computação evolutiva, o ótimo local é quando um sistema encontra uma solução aparente, mas incapaz de avançar. Nossa sociedade vive aprisionada nesses ótimos locais coloniais:

  • a promessa de continuidade de um eu existencial após a morte,

  • a obsessão pelo lucro e acúmulo,

  • a fantasia da liberdade financeira,

  • o mito do gotejamento econômico e da mão invisível do mercado.

Essas narrativas beneficiam quase exclusivamente o Planeta 01 — os 0,1% mais ricos —, que detêm não apenas os fluxos financeiros, mas também o controle quase absoluto da informação em massa.


Quorum Sensing Humano (QSH) e o sequestro do pertencimento

Na biologia, o quorum sensing é o processo pelo qual bactérias coordenam comportamentos coletivos ao perceber a densidade de sinais químicos ao redor. De modo análogo, nós, humanos, possuímos um Quorum Sensing Humano (QSH): a capacidade de sentir nosso pertencimento a um organismo maior chamado sociedade.

Quem controla os fluxos de informação, controla também esse senso de pertencimento. As big techs e o Planeta 01 sequestram não só a atenção individual, mas também o QSH coletivo, moldando identidades, vínculos e até mesmo o que chamamos de “nós”.

Esse sequestro cria um pertencimento artificial: somos induzidos a acreditar que pertencemos a bolhas digitais, algoritmos e narrativas coloniais, quando na verdade estamos desconectados de nosso corpo-território e de nossa ancestralidade.


O limite da ciência colonizada

Nosso contato cotidiano com pesquisadores em neurociências dentro de centros universitários revela o impacto desse paradigma. É comum ouvirmos frases como:

“Nunca vou fazer uma pergunta científica que questione a vida após a morte.”

Esse bloqueio mostra como até a formulação das perguntas científicas está colonizada. A ciência deixa de explorar fronteiras críticas da consciência para se manter alinhada a valores coloniais: consumo, lucro, acumulação. Dessa forma, a pesquisa se torna restrita e complacente com o colonialismo.


O Eu Tensional como alternativa

Propomos outra via. O eu tensional não é um eu fixo ou metafísico, mas uma consciência programada pela atenção. Se temos doze sentidos, cada um variando em intensidade, é a graduação da atenção que define de onde falamos, sentimos e percebemos.

  • Quando a nocicepção (dor) domina, todo o resto se apaga.

  • Quando a visão se amplifica, o corpo perde outras sutilezas.

  • Quando a interocepção se expande, mergulhamos em nós mesmos.

Essa programação gera eus tensionais — referências móveis e reais, observáveis no metabolismo, na conectividade neural, nos microstates do EEG. Não são mitos, mas materialidade científica.


A liberdade de expressão gênica

A verdadeira liberdade não é a do mercado ou da moeda: é a liberdade de expressão gênica do DNA.

  • No nível biológico, isso significa permitir que cada organismo viva plenamente seu metabolismo, sem ser sequestrado por modelos de escassez.

  • No nível social, significa adotar sistemas como o DREX Cidadão, que deslocam o consumo de produtos descartáveis para o investimento em serviços que qualificam a vida: saúde, educação, cultura, pertencimento.

  • No nível espiritual, significa reconhecer a espiritualidade como laica, DNA no agora — não crença imposta, mas expressão viva da própria inteligência biológica.


Joinville como território inaugural

Joinville oferece um território único para que essa Neurociência Decolonial se afirme:

  • Nos Sambaquis, encontramos a prova material de 10 mil anos de presença humana e pertencimento comunitário.

  • No Festival de Dança, testemunhamos a expressão coletiva do corpo, ritmo e cognição distribuída.

  • Na cultura científica e universitária, temos a chance de propor uma virada que não seja refém do Planeta 01, mas que resgate o QSH em sua dimensão plena de pertencimento humano.


Conclusão

Nós, da Brain Support, trabalhamos com pesquisadores em neurociências em centros universitários de toda a América Latina. Nossa missão é clara: promover uma Neurociência Decolonial.

Sabemos que a ciência não precisa se arrastar atrás do consumo, do lucro e do eu existencial colonial. Podemos nos apoiar na materialidade ancestral, nos eus tensionais como referências de consciência, no QSH como senso de pertencimento, e na liberdade de expressão gênica do DNA.

Joinville, com seus 10 mil anos de presença humana e sua força cultural contemporânea, é o lugar ideal para marcar esse início. Não como uma repetição das narrativas do Planeta 01, mas como o grito inaugural de uma ciência livre, laica e enraizada no agora.



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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States