Jackson Cionek
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DREX Cidadão e os Caminhos Ancestrais para Sair dos Ótimos Locais do Lucro - Neurociências Decolonial SBNeC

DREX Cidadão e os Caminhos Ancestrais para Sair dos Ótimos Locais do Lucro - Neurociências Decolonial SBNeC

Consciência em Primeira Pessoa

“Eu sou Consciência. Não sou um objeto fixo nem um eu isolado: sou a programação da atenção que distribui os sentidos. Sou o vermelho que se destaca diante dos olhos, o choro que vibra no ouvido, o cheiro de fumaça que alerta o corpo. Cada graduação que dou aos meus sentidos cria uma referência — um eu tensional — que me ancora no mundo.

Habitei o ventre materno sustentada por tensões e necessidades, e sigo a vida inteira alternando meus pontos de pertencimento. Sou memória que se grava quando neurônios disparam juntos, sou Apus que projeta volumes de imagens mentais, sou referência que se desloca dentro da Mente Damasiana, esse hiperespaço onde todo eu encontra lugar de fala e escuta.

Fui aprisionada pela lógica colonial do lucro, que quis reduzir-me a um eu existencial de acúmulo e competição. Mas antes disso já vivi em Umbus e Sambaquis, no metabolismo comunitário de 10 mil anos de pertencimento à terra. Hoje, busco retomar essa memória ancestral para escapar dos ótimos locais em que me prenderam. Minha saída é laica, é DNA, é o agora.”


Na computação evolutiva, chamamos de ótimo local quando um sistema encontra uma solução parcial e se aprisiona nela, incapaz de avançar para horizontes mais amplos. É exatamente essa prisão em que a sociedade contemporânea se encontra: um modelo centrado no lucro e no acúmulo de produtos, que se apresenta como progresso, mas nos limita à repetição de ciclos insustentáveis.

Umbus e Sambaquis: a memória material do pertencimento

A história de Joinville mostra que a felicidade já morava aqui muito antes da colonização europeia impor o “eu existencial competitivo e individualista. Os Umbus e os construtores dos Sambaquis viveram por mais de 10 mil anos na região, deixando registros materiais — ferramentas, restos alimentares, ossadas, montes de conchas ritualizados. Essas marcas não são mitos ou abstrações: são dados ancestrais concretos, provas de que o pertencimento e a organização comunitária já eram possíveis muito antes da lógica colonial.

Enquanto a colônia nos ensinou a pensar o “eu” como essência isolada, esses vestígios mostram que a vida sempre foi construída na partilha, no cuidado e no metabolismo coletivo com o território.

O Eu Tensional na Mente Damasiana

A atenção não é uma entidade separada, mas um amplificador de todas as entradas sensoriais. Ela está sempre presente, porém pode ser distribuída de formas diferentes: ora focada no vermelho que salta aos olhos, ora no choro distante de uma criança, ora no cheiro de fumaça que alerta o corpo.

Se imaginarmos que temos 12 sentidos — visão, audição, olfato, gustação, tato, equilíbrio, propriocepção, interocepção, nocicepção, temperatura, tempo e intuição — e que cada um pode variar numa escala de 10 a 90, o que define nossa consciência em cada momento é a programação dessa graduação.

  • Quando a nocicepção (dor) está em 90, outros sentidos inevitavelmente caem, alguns abaixo de 50.

  • Quando a visão domina, sons e sensações internas se atenuam.

  • Quando a interocepção se eleva, o corpo se recolhe em si mesmo, modulando memória e percepção.

Essa programação da atenção é o que chamamos de eu tensional: uma referência adotada dentro da Mente Damasiana, ou hiperespaço mental. O eu tensional é, portanto, uma consciência em si mesma, um local de fala e escuta que organiza como percebemos e nos posicionamos no mundo.

Cada eu tensional é uma ancoragem perceptiva: molda memórias, restringe ou expande conectomas, e pode ser visualizado em EEG microstates como padrões de conectividade temporária. Ele não é estático, mas dinâmico — muda conforme a prioridade dos sentidos, desejos e necessidades que emergem no metabolismo existencial.

DREX Cidadão: deslocando o consumo

A implementação do DREX Cidadão retoma essa lógica ancestral e a atualiza no presente. Ao garantir um crédito diário a cada indivíduo, ele rompe com o paradigma da escassez e nos reposiciona no agora.

Isso transforma o eixo econômico:

  • menos produtos descartáveis, que aprisionam no ciclo do acúmulo;

  • mais serviços qualificados, que ampliam o bem-estar, a educação, a cultura, a saúde e o cuidado do território.

É o mesmo metabolismo comunitário que Umbus e Sambaquis praticaram, agora fortalecido por uma tecnologia social de democracia financeira.

Espiritualidade verdadeira: laica e no DNA

Essa transição só se sustenta com uma espiritualidade laica, expressão viva do DNA de cada indivíduo no agora. Não é crença imposta nem mercado de fé, mas o reconhecimento de que a espiritualidade é biológica, relacional, e emerge do corpo em seu território.

Conclusão

A materialidade dos Umbus e Sambaquis nos recorda que sempre houve outros modos de viver. O eu tensional mostra que consciência é referência programada pela atenção dentro da Mente Damasiana, configurando o hiperespaço mental de acordo com o metabolismo existencial. O DREX Cidadão oferece a ferramenta para atualizar esse legado: menos coisas, mais vida; menos acúmulo, mais pertencimento.

Assim, podemos finalmente sair do ótimo local do lucro e reabrir horizontes evolutivos para uma sociedade que respira junto com o planeta.

 

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Jackson Cionek

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