DREX Cidadão Estado Laico Fé Lúdica
O recente debate em torno do DREX, a Moeda Digital de Varejo desenvolvida pelo Banco Central do Brasil, tem gerado reações intensas, especialmente de setores mais conservadores e da extrema direita. Um ponto fundamental que precisa ser compreendido é por que certos grupos se opõem com veemência a essa inovação financeira. A resposta está enraizada em um ponto sensível e histórico: a relação entre corrupção e o uso de dinheiro sem rastreamento.
A corrupção é um problema que atravessa décadas e afeta profundamente as estruturas políticas e econômicas do Brasil. O uso de papel moeda tem sido uma das ferramentas preferidas dos envolvidos em esquemas de corrupção, por ser um meio de troca difícil de rastrear. Cédulas em malas, contas clandestinas e pagamentos em espécie são recursos amplamente documentados em investigações que expuseram grandes escândalos de desvio de recursos e subornos.
Além disso, sistemas de transação digital sem rastreamento claro, como criptoativos privados e transferências através de plataformas não reguladas, também contribuem para que recursos sejam movimentados sem a devida transparência. Esses meios tornam mais fácil ocultar a origem e o destino de quantias vultosas, criando um ambiente propício para lavagem de dinheiro e outras práticas criminosas.
O DREX, ao ser projetado como uma moeda digital com rastreabilidade e segurança, promete transformar profundamente essa dinâmica. A introdução de um sistema em que todas as transações podem ser auditadas e verificadas cria uma barreira quase intransponível para quem deseja operar fora dos limites da lei. Essa é uma das razões principais pelas quais a corrupção, em seus mais variados níveis, se sente ameaçada.
É importante observar que as críticas ao DREX, sob o pretexto de “defesa da liberdade” ou “prevenção ao controle estatal”, muitas vezes mascaram interesses mais sombrios. Manter a possibilidade de realizar transações sem rastreamento significa manter portas abertas para práticas ilícitas. As reções de opositores extremos à implementação do DREX podem ser interpretadas como uma tentativa de proteger um sistema que favorece a impunidade e a corrupção.
A verdadeira questão que se coloca é se o Brasil, como sociedade, está disposto a evoluir para um modelo mais seguro e transparente, onde os recursos públicos e privados possam ser geridos de forma responsável. O DREX representa uma oportunidade única para dificultar a prática de atividades criminosas e promover um ambiente econômico mais justo para todos. Defender a implantação dessa tecnologia é, acima de tudo, defender um futuro menos vulnerável à corrupção e mais comprometido com a transparência.
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