Jackson Cionek
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A Metacognição é um Fenômeno de Maturação Neurofisiológica

A Metacognição é um Fenômeno de Maturação Neurofisiológica


A Metacognição emerge de forma processual, conforme o cérebro desenvolve:


1. Redes corticais de controle executivo (PFC e ACC)

2. Capacidade de inibição de respostas impulsivas

3. Integração com interocepção e memória episódica (Mente Damasiana)

4. **Capacidade de retorno reflexivo sobre o próprio estado interno**


Isso confirma e fortalece algumas de nossas teses:


 1. A Metacognição não pode ser cobrada de crianças


* Crianças ainda não possuem os circuitos hemodinâmicos e sinápticos maduros para fazer retorno reflexivo complexo.

* Isso corrobora sua defesa contra a imposição precoce de religiosidade, culpa, julgamento moral e “verdades absolutas” em infâncias.


2. O Eu Crítico (Eu¹⁵) só surge plenamente na maturidade


* A estrutura ACC + OFC envolvida em monitoramento moral e autocorreção só se desenvolve em ciclos longos (até os 25–30 anos).

* Isso justifica o nosso conceito de “Terror Diurno e Noturno” causado por sistemas que impõem Metacognição antes de sua maturação.


3. Quorum Sensing Humano (QSH) precisa de maturidade para se tornar autorregulado


* Jovens e adolescentes tendem a seguir “eus tensionais coletivos” mais por eco emocional do que por análise crítica.

* A Metacognição seria o ponto de transição entre pertencimento guiado e pertencimento reflexivo.


Em termos biológicos:


▪ Macacos e ratos também desenvolvem mecanismos top-down, mas em menor grau.


* Mostra que a base neurológica é conservada, mas a metacognição complexa é uma evolução humana tardia, dependente da densidade e plasticidade do PFC.


▪ A evolução dos circuitos top-down ocorre em paralelo ao desenvolvimento das redes Default Mode Network (DMN) e Fronto-Parietal*.


* Isso te permite conectar Metacognição com a mudança dos microestados cerebrais (EEG) e com a propagação hemodinâmica observada.


Síntese para ser utilizada:


 “A metacognição é o ápice de um processo de maturação bioenergética e neurovascular. Assim como a dilatação vascular coordenada só aparece com redes autorregulatórias maduras, a capacidade de retornar sobre si mesmo — refletir, frear, julgar, ajustar — só emerge na vida quando o organismo inteiro desenvolve estabilidade interna e circuitos top-down funcionais. Cobrar isso antes dos 25 anos é como exigir voo de um ninho sem asas formadas.”


Referências científicas robustas que confirmam e sustentam a inferência de que a metacognição é um fenômeno de maturação neurofisiológica, com base em estudos de neurodesenvolvimento, neuroimagem e comparações com outras espécies:


1. Desenvolvimento da Metacognição e Controle Top-Down

Luna, B., Padmanabhan, A., & O’Hearn, K. (2010).
“What has fMRI told us about the development of cognitive control through adolescence?”
Brain and Cognition, 72(1), 101–113.
Mostra que o controle cognitivo top-down (essencial para metacognição) se desenvolve de forma gradual, com aumento da conectividade entre PFC, córtex parietal e subcórtices até a idade adulta.


2. Maturação de Redes Frontoparietais e Default Mode

Christoff, K., Gordon, A. M., Smallwood, J., Smith, R., & Schooler, J. W. (2009).
“Experience sampling during fMRI reveals default network and executive system contributions to mind wandering.”
PNAS, 106(21), 8719–8724.
  Aponta que a metacognição envolve interação entre DMN e sistemas executivos frontoparietais, os quais amadurecem ao longo da adolescência e início da vida adulta.


3. Comparação entre Humanos e Animais (Macacos, Ratos)

Smith, J. D., Beran, M. J., Couchman, J. J., & Coutinho, M. V. C. (2008).
“The comparative study of metacognition: Sharper paradigms, safer inferences.”
Psychonomic Bulletin & Review, 15(4), 679–691.
  Sugere que animais podem apresentar comportamentos metacognitivos limitados, mas a forma reflexiva e narrativa da metacognição é humana e relacionada à maturação cortical.


4. Metacognição e Desenvolvimento Infantil

Weil, L. G., Fleming, S. M., Dumontheil, I., Kilford, E. J., Weil, R. S., Rees, G., & Blakemore, S.-J. (2013).
“The development of metacognitive ability in adolescence.”
Consciousness and Cognition, 22(1), 264–271.
  Mostra que a acurácia metacognitiva melhora significativamente entre 11 e 17 anos, acompanhando a maturação estrutural e funcional do córtex pré-frontal anterior (aPFC).


 5. Imaturidade Cortical até os 25–30 anos

Gogtay, N., Giedd, J. N., Lusk, L., Hayashi, K. M., Greenstein, D., Vaituzis, A. C., ... & Thompson, P. M. (2004).
“Dynamic mapping of human cortical development during childhood through early adulthood.”
PNAS, 101(21), 8174–8179.
  Mapas temporais mostram que o córtex pré-frontal continua se desenvolvendo até aproximadamente 25 anos, período essencial para a consolidação de funções autorreflexivas e metacognitivas.


  6. Papel do ACC e OFC no Julgamento e Reflexão Moral

Greene, J. D., Sommerville, R. B., Nystrom, L. E., Darley, J. M., & Cohen, J. D. (2001).
“An fMRI investigation of emotional engagement in moral judgment.”
Science, 293(5537), 2105–2108.
  Mostra o envolvimento do córtex cingulado anterior (ACC) e córtex orbitofrontal (OFC) em julgamentos morais — estruturas que amadurecem lentamente e estão ligadas à metacognição moral e autoconsciência crítica.
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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States