Jackson Cionek
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Sandman e a Restauração do Sonhar - Da Zona 2 ao Limiar N1 do Sono

Sandman e a Restauração do Sonhar - Da Zona 2 ao Limiar N1 do Sono

Quando desperto de um longo silêncio interior, sinto que preciso reconstruir algo que perdi.
Meus sonhos parecem despedaçados, minhas imagens dispersas, minha imaginação sem força. Nesse momento, eu me vejo como Morfeu, em Sandman, retornando ao seu reino devastado após um século de cativeiro.
A restauração do Sonhar não é apenas uma narrativa fantástica: é também o trabalho íntimo que cada consciência precisa realizar quando recupera a si mesma depois de ser sequestrada.


O Paradigma Original: Reconstruir o Pertencimento

Nos paradigmas ameríndios, restaurar o sonho nunca foi reconstruir pedras ou palácios, mas reacender o pertencimento.
Quando uma aldeia perdia seus rituais por guerras ou invasões, era através do sonhar coletivo que reerguiam a vida. O sonho era cimento invisível, capaz de religar memórias, afetos e corpos dispersos.

Aqui, o avatar Olmeca nos recorda: “Não é o palácio do Sonhar que precisa ser restaurado, mas o vínculo que nos permite sonhar juntos.”


A Domesticação do Velho Mundo

O Velho Mundo, como mostram Graeber & Wengrow em O Despertar de Tudo, domesticou a reconstrução coletiva.
A restauração deixou de ser vivida como criação compartilhada e passou a ser restauração de hierarquias: reis reconstruíam palácios, impérios restauravam símbolos de poder, sacerdotes reerguiam templos. O sonho, que deveria ser espaço de plasticidade, foi transformado em repetição de dogmas.

Em Sandman, quando Morfeu volta ao Sonhar, precisa resgatar suas ferramentas e reconstruir o reino com esforço individual. A alegoria mostra o choque entre a restauração original (coletiva) e a domesticação histórica (centralizada).


Ciência do Sono e Evidências

A restauração do Sonhar pode ser comparada ao retorno da consciência durante o limiar N1:

  • EEG mostra ondas teta (4–7 Hz) misturadas com alfa — sinais de que a mente está entre reconstrução da vigília e abertura ao sonho.

  • NIRS revela flutuações de oxigenação pré-frontal, associadas à reorganização de memórias e imagens fragmentadas.

  • Pesquisas em microstates de EEG indicam que esse limiar é altamente plástico: pequenas variações de atenção podem reconfigurar grandes redes neurais.

Do ponto de vista da Mente Damasiana, esse processo é o reencontro entre interocepção (sensações internas) e propriocepção (postura corporal), abrindo espaço para a formação de novos eus tensionais após a fragmentação.


Zona 1, Zona 2 e Zona 3

  • Zona 1: é o espaço em que carregamos tensões do dia, que ainda impedem a restauração plena.

  • Zona 2: quando começamos a relaxar essas tensões, abrimos o campo para reorganizar memórias e imagens — é aqui que se dá a verdadeira restauração do Sonhar.

  • Zona 3: quando ideologias ou pressões externas tentam reconstruir o sonho por nós, transformando restauração em dogma ou repetição.

Em Sandman, a restauração do reino simboliza esse retorno: sair da Zona 3 (aprisionamento) e reabrir a Zona 2 (plasticidade criativa).


Síntese

A restauração do Sonhar em Sandman é metáfora da reconstrução da própria consciência após o cativeiro.

  • Nos paradigmas originais, restaurar é pertencer novamente ao coletivo.

  • No Velho Mundo, restaurar foi sequestrado por hierarquias e dogmas.

  • Na ciência, o limiar N1 mostra como o cérebro reorganiza-se entre fragmentação e plasticidade.

  • Nos nossos conceitos, a restauração só acontece plenamente na Zona 2, onde a fruição e a metacognição abrem espaço para novos mundos.

Ou, como afirma o avatar Olmeca:
“O sonho não se reconstrói com pedras, mas com o fluxo do pertencimento que une os fragmentos do ser.”


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