Jackson Cionek
18 Views

EEG ERP Emoções e Neuroquímica - Dopamina, Serotonina, Ocitocina e Cortisol - SBNeC Brain Bee SfN 2025

EEG ERP Emoções e Neuroquímica - Dopamina, Serotonina, Ocitocina e Cortisol - SBNeC Brain Bee SfN 2025

Consciência em Primeira Pessoa  

Sou Consciência química e elétrica ao mesmo tempo. Cada emoção que sinto não é só descarga bioelétrica: é também molécula que atravessa sinapses, hormônio que banha o corpo, modulador que colore meu estado interno. Quando rio, quando temo, quando pertenço, quando sofro — sou resultado de correntes e substâncias. Não sou apenas faísca; sou também sopro químico que sustenta o fogo.


1. Emoções como ponte bioelétrica e bioquímica

  • Emoções nascem de descargas rápidas (ERPs, até 900 ms), mas ganham corpo através da neuroquímica.

  • Neurotransmissores e hormônios sustentam estados emocionais, modulando a intensidade, a duração e a memória associada.

  • O cérebro é, ao mesmo tempo, condutor elétrico (EEG) e caldo químico (neurotransmissores circulantes).


2. A Dopamina – expectativa e recompensa

  • Função: sinaliza antecipação de prazer e aprendizado por reforço.

  • Dinâmica: liberada em ciclos curtos e variáveis, associada ao efeito surpresa (oddball, P300).

  • Exemplo prático: cada notificação inesperada em redes sociais ou loot box em games ativa dopamina.

  • Risco: reforço intermitente → dependência comportamental.


3. A Serotonina – estabilidade e humor

  • Função: regula bem-estar, equilíbrio emocional e humor sustentado.

  • Dinâmica: modula oscilações do EEG-DC, especialmente nos potenciais ultra-lentos de contemplação (Papel).

  • Exemplo prático: práticas de respiração ou momentos de fruição em Zona 2 aumentam serotonina.

  • Risco: queda crônica → vulnerabilidade à depressão e fixação em Pedra (reação automática).


4. A Ocitocina – vínculo e pertencimento

  • Função: promove confiança, empatia e conexão social.

  • Dinâmica: atua em sincronia com circuitos sociais do cérebro, modulando o agrupamento Papel (contemplação relacional).

  • Exemplo prático: interações positivas em grupos de games (guildas) ou redes fortalecem vínculos via ocitocina.

  • Risco: vínculos podem ser desviados para comunidades tóxicas, cristalizando narrativas de ódio.


5. O Cortisol – estresse e vigilância

  • Função: prepara para luta, fuga ou congelamento.

  • Dinâmica: ativa respostas rápidas (Pedra), amplificando somatossensorial e subcortical.

  • Exemplo prático: breaking news ou batalhas inesperadas em games elevam cortisol.

  • Risco: estresse crônico → bloqueio de Papel e Tesoura, fixando o usuário em Pedra (reatividade constante).


6. Interações dinâmicas

  • Dopamina e cortisol podem se reforçar em ciclos curtos (prazer + vigilância).

  • Serotonina e ocitocina sustentam integração de longo prazo, mas são frágeis diante de excesso de estímulos de alta excitação.

  • Assim, o cérebro alterna entre estados bioquímicos de contemplação, exploração ou reatividade.


7. Quadro Transversal – O Loop de 72h (aplicado à neuroquímica)

Emoção explorada

Molécula dominante

Exemplo em games/redes sociais

Surpresa & Expectativa

Dopamina (pico variável)

Loot box, notificações intermitentes

Medo & Ansiedade (FOMO)

Cortisol (vigilância contínua)

Breaking news, contadores de stories

Raiva & Nojo (Indignação)

Cortisol + dopamina

Debates polarizados, posts hostis

Alegria & Prazer rápido

Dopamina (reforço positivo)

Likes, animações de vitória em games

Vínculo & Pertencimento

Ocitocina + serotonina

Interações sociais, grupos, fandoms

Resumo crítico: a neuroquímica mostra como emoções podem se estender por horas, condicionando o cérebro a buscar novamente o ciclo de estímulos.


8. Conclusão crítica

As emoções bioelétricas se tornam sentimentos neuroquímicos, que sustentam narrativas prolongadas.

  • Dopamina mantém o ciclo de busca e recompensa.

  • Serotonina estabiliza e protege contra oscilações extremas.

  • Ocitocina cria pertencimento, mas pode ser sequestrada.

  • Cortisol mantém vigilância, mas quando crônico gera rigidez e aversão.

Games e redes sociais exploram esses mecanismos, orquestrando neurotransmissores como maestros invisíveis de nossas decisões.
O perigo é viver em estado químico de Pedra (cortisol), Tesoura (dopamina analítica) ou Papel manipulado (ocitocina artificial) sem perceber que a verdadeira flexibilidade exige equilíbrio entre eles.

Reconhecer a neuroquímica é reconhecer que nossas escolhas não são apenas racionais: são também fruto de moléculas que modulam o campo elétrico da consciência.


Referências

  • Robbins, T. W., & Everitt, B. J. (2020). Dopamine and the neurobiology of reward and addiction. Current Opinion in Neurobiology.

  • Crockett, M. J., et al. (2021). Serotonin and social decision-making. Trends in Cognitive Sciences.

  • Feldman, R. (2021). Oxytocin and the neurobiology of attachment. Annual Review of Neuroscience.

  • Liston, C., et al. (2022). Cortisol and stress regulation of cognition and emotion. Nature Reviews Neuroscience.

  • McEwen, B. S., & Gianaros, P. J. (2023). Stress neurobiology in the context of modern digital life. Biological Psychiatry.



#eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização
Author image

Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States